16/12/202412:05:52
Na segunda-feira, 16/12, o Auditório Nelson Loda, no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), foi palco para assinaturas — assista aqui — dos seguintes acordos:
”Estamos nos reunindo novamente por uma boa causa”, declarou aos presentes José Lourenço Pechtoll, diretor-presidente da CEAGESP, lembrando de quão compreensiva é a segurança alimentar. “Quando a gente fala em desperdício, normalmente falamos de frutas e verduras, mas também de armazenagem”, recordou.
Durante sua explicação aos convidados sobre o funcionamento da CEAGESP, Pechtoll relembrou de medidas que foram tomadas em prol da sustentabilidade, como o ingresso no Mercado Livre de Energia. “Montamos nossa estratégia de ESG segundo as orientações da Controladoria-Geral da União (CGU). Uma parte dessa energia é limpa e a o que economizamos repassamos para o BCA”, ressaltou, lembrando dos projetos especiais que estão em curso. “Estamos fazendo uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP) em que repassamos lixo orgânico para geração de energia elétrica e estamos em discussões sobre instalação de energia fotovoltaica na rede de unidades da Companhia”.
Sobre segurança alimentar, assunto principal da reunião, o assunto girou em torno da recuperação das unidades do Banco CEAGESP de Alimentos (BCA). “Estamos em conversas com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) para recapacitação de nossos bancos no interior”, acrescentou Pechtoll, lembrando da maior eficiência na captação de alimentos que tenham perdido o valor comercial, mas mantido os valores nutricional e de higiene no consumo. “Onde houver desperdício, vamos atrás para coletar e encaminhar ao BCA. Vamos melhorar a capacidade de coleta de nossos bancos”.
A armazenagem desempenhará papel importante nesse combate, ainda mais com a previsão de safra recorde em 2025, com estimadas 320 milhões de toneladas de grãos. “Hoje devolvemos sobras técnicas para os produtores e isso nos dá credibilidade diante do público, mas queremos pegar parte disso para fazer rações para animais e ajudar produtores de peixes, por exemplo”, completou o diretor-presidente.
Geyze Diniz, presidente do conselho do Pacto Contra a Fome, lembrou do quanto que se perde de comida no Brasil e quantos seres humanos podem ser atendidos. “Um terço de tudo o que é distribuído é desperdiçado. 64 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar e delas, 9 milhões passam fome”, recordou aos presentes. Além disso, prevenir que comida boa vá para o lixo também tem cunho ecológico. “Alimentos desperdiçados também produzem gases de efeito estufa. Temos de trabalhar em duas pontas: fazer chegar comida a quem precisa e evitar impacto ambiental”.
Nesse caso, os bons exemplos de bancos de alimentos são lembrados. Temos o exemplo da CEASA/PR e queremos sistematizar a metodologia para melhorar o impacto”, conta Geyse. Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), recordou sobre a necessidade de parcerias entre poder público e sociedade civil. “A sinergia do Governo Federal com as entidades é muito potente e queremos acabar com a fome não só na quantidade como na qualidade de alimentos”, declarou.
Para isso, ações como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) podem ajudar. “Estamos comprando da agricultura familiar para fazer chegar a quem precisa e queremos que o PAA abasteça o BCA como já abastece o Banco de Alimentos da CEASA/PR”, declarou Pretto. “Em dois anos tiramos 24 milhões de brasileiros do Mapa da Fome”, disse o ministro Paulo Teixeira, do MDA.
A variedade de produtos fornecidos pela agricultura de menor escala é algo a destacar. “Temos a oferta de mais de 400 tipos de alimentos”, recorda Pretto. Com isso, estão sendo realizadas ações para que cheguem às centrais de abastecimento não só a produção da agricultura familiar como também as de assentados, quilombolas e indígenas. Simbolizando isso, foi realizada a cerimônia de entrega do Selo Indígenas do Brasil a Heloide Caetano e Miriam Sebastião, comerciantes da etnia terena que vendem mandioca no Entreposto da CEAGESP em Bauru (CEBAU), os primeiros no estado de São Paulo a conquistar tal certificação. “Com o selo, os indígenas vendem melhor seus produtos e os quilombolas também”, disse Paulo Teixeira.
Outros anúncios foram realizados durante a cerimônia. “Neste ano vamos entregar o Desenrola Campo para repactuar a dívida de agricultores, para que possam voltar a ter financiamento”, recordou Paulo Teixeira, que fez outros anúncios. “Vamos entregar R$ 1 bilhão de crédito para a reforma agrária”.
Sobre a CEAGESP, o ministro explicitou os caminhos futuros. “Tivemos três grandes notícias. A primeira foi a tirada do PND e ela agora pode receber investimentos. A segunda é esta de hoje: a assinatura com o Pacto Contra a Fome e o reerguimento do BCA, além da ampliação da presença dos agricultores familiar. A terceira é amanhã, em Brasília, que é a assinatura de um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pensar a modernização desta empresa. A gente termina bem este ano, dando passos significativos”, contou, parabenizando os funcionários da Companhia e os comerciantes que operam em suas estruturas.
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