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Inaugurado em 10 de setembro de 1976, o Armazém Graneleiro de Palmital (AGPAL) é uma das maiores estruturas do tipo na rede CEAGESP, com capacidade estática de 100 mil toneladas. Seu primeiro estágio foi inaugurado por Paulo Egydio Martins, governador à época, com o diretor presidente da companhia à ocasião sendo José Henrique Turner. Em 7 de maio de 1978, tornou-se um dos armazéns com dois graneleiros, com a segunda estrutura sendo inaugurada novamente por Paulo Egydio e José Henrique.
“Entrei aqui em 1983 e a unidade deve ter lidado até 2000 com trigo”, conta Cláudio Aparecido Tonello, técnico operacional do AGPAL e funcionário da empresa há quase 40 anos. O grão que gera o pãozinho francês teve papel importante na história do armazém e sua rotina. “Antigamente a CETRIN comprava trigo via Banco do Brasil. As filas eram grandes e por vezes duravam 24 horas. Dava uns 280 caminhões, daqueles menores”, relembra.
A movimentação intensa do trigo também se refletia nos trilhos. “Aqui era direto: a gente descarregava as mercadorias e vinha vagão com trigo importado”, recorda o técnico. Até hoje há um entroncamento ferroviário dentro da unidade, que se comunicava com o ramal que ia de Ourinhos a Presidente Prudente. “A gente embarcava para exportação: Paranaguá, Santos…”, elenca.
A exemplo de outros armazéns, a lida era dura em tempos menos tecnológicos. “As balanças eram manuais e hoje são eletrônicas. No passado você precisava procurar o peso e demorava muito. Hoje o caminhão encosta e já sai o peso”, conta Cláudio, lembrando especialmente de uma agonia. “E o tempo perdido? Tinha de ficar certinha, com os dois ponteirinhos igualados”, recorda, acrescentando a necessidade de ocasionalmente acrescentar lastros para que a liberação de entrada ocorresse.
Também digno de recordação era o movimento no ramal ferroviário, que dava também trabalho naqueles tempos mais brutos. “Eram 80 a 100 vagões por dia. Às vezes algum descarrilava aqui dentro e precisávamos pôr no lugar”, recorda.
Limpar a estrutura também era mais complicado. “Muitas vezes varremos silo, por uns 40 metros em uma cadeirinha de trator, amarrado em um cabo de aço. Descíamos na boca de inspeção lá em cima e ficávamos desgrudando aquelas palhas de soja”, relembra Cláudio. Hoje em dia, há aberturas nas partes inferiores das células de armazenamento que facilitam o processo.
Falando em soja, hoje este grão, o milho e o açúcar são os principais produtos estocados nas dependências do AGPAL, seguindo a mudança do perfil de cultura do interior paulista e a ponto de o Graneleiro 1 ficar reservado para o derivado de cana, que manteve o movimento frenético sempre registrado pela unidade ao longo de suas décadas de funcionamento, agora em outro padrão. “Às vezes um caminhão deposita aqui quatro, cinco vezes. Fica um rodízio e não param nem aqui nem lá”, relembra Cláudio, acrescentando o grande trânsito desses veículos na estrada entre Assis e Paraguaçu Paulista. “Fica até bonito de ver”.
O Graneleiro 2 abriga açúcar e outras culturas, como soja, milho, trigo e milheto. No caso da soja, seu armazenamento é concentrado no silo horizontal, que conta com ventilação e aeração.
Também mudou o perfil do agricultor, outrora com caminhões menores. “Aqui era só a CEAGESP e os produtores. Eles queriam descarregar e voltar logo. Era um rodízio que durava 24 horas. Às vezes parávamos o secador por meia hora e voltávamos a deixar funcionando”, conta Cláudio. Hoje em dia, os grãos vêm mais de cooperativas e já chegam secos. Além de grandes empresas, há espaço para pequenos agricultores, que sempre depositam alguma produção.
Outra alteração foi também no perfil de caminhões. “Até mudou a balança aqui, que agora é para nove eixos”, conta Cláudio. Com isso, a unidade é capaz de receber bitrens e rodotrens. De implementações futuras, já estão sendo providenciados novos secadores e aparelhos de termometria.
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