O diretor presidente da CEAGESP, Johnni Hunter Nogueira, participou do encontro da WUWM (sigla em inglês para União Mundial dos Mercados Atacadistas) em Melbourne e Sidney (Austrália), entre os dias 23 e 27 de outubro. No evento, participantes internacionais discutiram o impacto da tecnologia no papel dos entrepostos atacadistas na cadeia de suprimentos e a experiência do consumidor com a modernização do mercado.

Além de ter participado de palestras proferidas por renomados especialistas internacionais da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Reino Unido e China, e ter se encontrado com a ministra da Agricultura da Austrália, Jaala Pulford, o presidente da CEAGESP também visitou mercados locais, onde conheceu as novidades introduzidas e trocou experiências com os administradores locais.

O primeiro a ser visitado foi o mercado de Melbourne, que foi criado em 2015 e é o mais novo centro atacadista da Austrália, em que foram adotadas novas tecnologias de ponta e onde operam cerca de 4.000 atacadistas de produtos frescos e flores de corte provenientes de produtores locais da província de Victoria, de outras regiões australianas e também de outros países.

Este entreposto foi realocado pra uma nova área de 700 mil m2 e recebeu uma série de modernizações, que possibilitaram que 95% do lixo produzido seja reciclado, assim como a água, que é reutilizada em quase sua totalidade, enquanto a energia elétrica é proveniente de painéis solares.

Outro mercado visitado foi o da Rainha Vitória (Queen Market), um importante entreposto de frutas, legumes e verduras que existe há mais de um século em Melbourne. O local ainda abriga um centro gastronômico, lojas de produtos gourmet, e de artigos finos como roupas, cosméticos e de lembrancinhas para turistas, que atraem milhares de visitantes e compradores ao longo do ano. Por ano, o local movimenta cerca de 250 milhões de dólares australianos. “As autoridades locais apresentaram um plano para modernizar o local, a exemplo do mercado de Melbourne”, disse Johnni Hunter.

MERCADOS EM SIDNEY
Em Sidney, o presidente da CEAGESP visitou o mercado atacadista local de frutas, legumes, verduras e flores. Instalado em 400 mil m2, o local emprega 5 mil pessoas e reúne atacadistas, produtores e varejistas, que comercializam anualmente cerca de 2,5 milhões de produtos. Do lixo produzido, cerca de 65% é reciclado. “É o mercado que mais se assemelha à CEAGESP, porém mais moderno”, disse Johnni Hunter.

Ele ainda visitou o mercado Paddy (Paddy’s Market) em Sidney, que é mais conhecido como Market City e reúne cerca de 700 boxes que comercializam de tudo, desde alimentos frescos a produtos eletrônicos, roupas, artigos de arte e artesanato, produtos gourmet, restaurantes e lembrancinhas para turistas. O local funciona há pelo menos 150 anos e está localizado no centro da cidade.

Segundo Johnni Hunter Nogueira, uma das palestras mais interessantes foi feita pelo presidente do mercado de Melbourne, Mark Maskiell, que falou como foi o processo de realocamento do antigo entreposto para o atual local, ocorrido em 2015. “O que ocorreu com os australianos lembrou muito a nossa situação, pois estamos passando pela possibilidade de mudarmos de local”, disse Johnni.

Ele salienta da experiência dos australianos que a mudança foi além da construção de um novo prédio para o mercado de Melbourne. “A mudança foi benéfica para o mercado pois trouxe modernização nas operações, simplificando e agilizando os processos, trazendo mudanças profundas inclusive no comportamento das pessoas envolvidas. Acredito que podemos aprender algumas lições com isso”, falou o presidente da CEAGESP.

O próximo encontro da WUWM acontecerá em Barcelona (Espanha), entre os dias 16 e 18 de abril de 2018. Será o 33º evento da entidade, quando será discutido o futuro dos mercados atacadistas, e a responsabilidade social e eficiência como fatores chaves na administração dos entrepostos. A data irá coincidir com a alimentaria, a maior feira do ramo gastronômico da Europa, que terá como tema a dieta do Mediterrâneo, que foi considerada um patrimônio intangível pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).