A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) confiou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) uma brochura que gerará referência internacional à comercialização de mamões entre os países-membros da entidade, da qual o Brasil faz parte e participa de um dos grupos. Para a obra, que vem sendo elaborada desde 2018, o MAPA conta com os seguintes parceiros: Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (BRAPEX), Fruitconnection e Embrapa Mandioca e Fruticultura, além da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), que vem tendo papel importante nessa obra pela ação de seu corpo técnico e fotográfico na Seção do Centro de Qualidade Hortigranjeira (SECQH).

Quando pronto, o Referencial Fotográfico Internacional para o Mamão criará referência internacional para a fruta. “Servirá para que a fiscalização oficial aprove ou rejeite esse produto quando da inspeção para importação, exportação ou controle nos mercados internos dos países-membros da OCDE”, conta Lisandro Michel Barreiros, técnico operacional da SECQH. Há também o objetivo secundário de fornecer requisitos de qualidade objetivos a países sem certificações ou controles formais, situação essa oposta à das nações europeias e daquelas que para lá exportam, cujos mercados têm até excesso de produtos certificados.

Outra parte da CEAGESP no trabalho está nos referenciais fotográficos e técnicos precisos, por meio do trabalho de Lilian Uyema Mateus, fotógrafa da SECQH premiada internacionalmente três vezes pela WUWM, e pela OCDE em 2019 na categoria Inspeção e cujas imagens ilustram esta matéria. O corpo de técnicos da empresa trabalha nesse processo editorial desde seu início, sendo que no ano passado eles já se reuniram com André Bispo Oliveira, auditor fiscal agropecuário do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), parte do MAPA. Três anos atrás, a CEAGESP também participou de encontro sobre classificação de produtos hortícolas que envolveu representantes de diversos países nos setores público e privado. Essas reuniões também geraram intercâmbio de material fotográfico e técnico.

Conforme o texto ia sendo escrito e as fotos tiradas, muitas descobertas foram feitas. “Conseguimos caracterizar de forma clara o fruto maduro do mamão, sem prejudicar o fluxo comercial ou as expectativas dos consumidores”, conta André Bispo, lembrando de por vezes ter havido problemas em países importadores para caracterizar cada estágio de desenvolvimento.

Entre os processos que foram vistos e catalogados pela equipe, também estão aqueles envolvendo o caminho do produto até o consumo. “É praticamente uma linha de montagem”, conta Lilian sobre as unidades de empacotamento de Linhares (ES) e suas etapas de recebimento, atendimento de exigências locais e processamento até a chegada ao consumidor final. A cidade capixaba foi ponto importante na elaboração da obra devido ao desenvolvimento do setor voltado à fruta.

Certas particularidades culinárias de alguns países também vieram à tona, como o consumo de mamão completamente verde. “É muito apreciado na culinária oriental e tem mercado internacional”, recorda o auditor, completando sobre o fato de essa preferência regional, sendo oficialmente sistematizada, também poderá abrir portas aos agricultores.

Em 8 de novembro, Lilian e André Bispo irão a Linhares com o objetivo de fazer as fotos faltantes para a obra, no caso as de defeito de casca, e a classificação desse fruto. “É para alinhar mais algumas coisas a respeito da norma, que é bem detalhada”, conta Lilian.

O Referencial Fotográfico Internacional para o Mamão será finalizado em dezembro deste ano, durante a reunião plenária da OCDE a ser realizada nos dias 1, 2 e 3. Após os trâmites editoriais e burocráticos, a apresentação da publicação impressa está prevista para dezembro de 2022. A CEAGESP também participa da criação de referenciais para outras culturas agrícolas, que serão lançados posteriormente.