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17/3/202203:05:54

CEAGESP realiza levantamento a respeito do comércio de mamão


A CEAGESP realizou em 11 de março mais uma reunião do grupo de trabalho para o mamão que vem sendo promovido conjuntamente com a Promotoria Geral do Consumidor do Ministério Público de São Paulo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (BRAPEX) e outros convidados, como empresas de rastreabilidade, permissionários e produtores. O encontro, via teleconferência, avança as conversações que existem desde o início do ano sobre a implementação integral da rastreabilidade desse cultivo.

Durante a ocasião, foi mostrado o levantamento da comercialização do fruto no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), que só perde em vendas para a laranja entre as frutas. O estudo, realizado entre os dias 17 e 25 de fevereiro, abordou os maiores atacadistas do produto no entreposto, que respondem por 82% do volume comercializado.

Uma das questões abordadas foi o fim da comercialização do fruto na modalidade a granel, algo que ocorre somente com o grupo Formosa e gera a maior parte dos resíduos orgânicos do entreposto, uma vez que boa parte da carga amassa e é descartada no entreposto. Nesse ponto, existem avanços importantes. “Hoje, na CEAGESP, estamos com 45,57% de embalagens de papelão no grupo Formosa”, disse Gabriel Bitencourt, gerente da Seção de Controle de Qualidade Hortigranjeira. A situação é mais tranquila nas variedades do grupo Havaí, em que a maioria é rotulada (89,1%), apresenta rótulo completo (82,4%) e é rastreável (91,7%). Estes também podem ser colhidos mais maduros por apresentar menos risco de machucar do que os do grupo Formosa.

Uma das preocupações está no mercado de baixa renda, para o qual a implementação de rastreabilidade e comércio apenas de produtos embalados poderia tornar mais caro o produto. “Não podemos pensar que é um mal necessário o granel para vender a menor preço”, conta José Roberto Macedo Fontes, diretor executivo da BRAPEX ao falar sobre o Formosa e lembrando de haver casos em que o produto a granel tem chegado ao consumidor final com o mesmo preço daquele devidamente embalado e rastreável.

Sobre rastreabilidade, um parâmetro adotável é o do Ceasaminas, que há mais de dez anos não comercializa a granel e não sofreu maiores problemas em sua comercialização, vice-líder nacional em Formosa e Havaí. “Está na hora de ver o modelo de Belo Horizonte, pois o consumidor de baixa renda continua comprando mamão”, conta Alexandre Dezoti, produtor e permissionário da CEAGESP. Joaquim Oscar Alvarenga, coordenador de Agroqualidade do CEASA MG explica como foi. “Fizemos um trabalho no tempo da Instrução Normativa Conjunta Sarc/Anvisa/Inmetro nº009, Norma de Embalagens para Produtos Hortícolas, e eles foram saindo do sistema a granel e passando a utilizar caixa de madeira e papelão. Foi na parte de conscientização, pois na força não funciona”, conta, lembrando de que por lá usa-se caixa dupla de madeira,com 18 kg, e de papelão, com 10 kg, para o Formosa e uma menor, de madeira, para o Havaí, com 8 kg.

A despeito da resistência inicial, com o passar dos anos os comerciantes da capital mineira também foram notando vantagens, ainda mais considerando a sensibilidade que o fruto apresenta ao ser carregado. “O pessoal se conscientizou de que é melhor, pois facilita a logística”, lembra.

Entre as soluções para contemplar as faixas de renda, está a de categorizar o produto. “Um mamão um pouco manchado ou deformado vai para a categoria 2, que tem preço bem abaixo”, conta José Roberto, que inclusive conta sobre o processo feito nas packing houses. “Quando trazemos a carga, já separamos em categorias 1 e 2 e ambas têm toda a segurança do mundo contra contaminantes químicos e biológicos”. Isso já vem acontecendo com o comerciante. “Mandamos em uma caixa, mais barata, a categoria 2, que tem plena segurança alimentar. É como carne de primeira e de segunda”, conta Alexandre.

Uma ideia que vem se maturando nas discussões é a de fazer um trabalho de orientação ao longo da cadeia de produção da fruta, indo da colheita à comercialização. “É hora de dar prazo e permitir que as empresas criem suas packing houses com todos os conformes”, conta Alexandre. A próxima reunião do grupo está prevista para 8 de abril.




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