Doutor Arnaldo, para a maioria das pessoas, é avenida paulistana bastante movimentada que forma um grande eixo no qual se inclui também a Paulista. Porém, poucos sabem quem foi Arnaldo Vieira de Carvalho, médico que dá o nome à via na qual estão o Hospital das Clínicas e a Faculdade de Medicina da USP, e seu legado.

Com o Banco CEAGESP de Alimentos, a história do Instituto Doutor Arnaldo inicia-se em 26 de março de 2019, data do recebimento do ofício solicitando doação de alimentos, com a primeira entrega sendo feita em 6 de dezembro daquele ano e, até maio de 2022, totalizando 12.934 kg. É uma das entidades que mais recebe alimentos do BCA, pois retira semanalmente uma quantidade de mantimentos para seu dia a dia.

“O apoio da CEAGESP é importante. Dinheiro que seria usado para comprar alimentos pode ser direcionado à compra de medicamentos e dar acesso a um número maior de pacientes”, conta João Batista Lopes, diretor administrativo e funcionário desde 1991. “Para tratamentos como quimioterapia, precisa de um reforço na nutrição”.

O Instituto surgiu em 1920, quando Arnaldo Vieira de Carvalho, à época diretor da Faculdade de Medicina da Santa Casa, resolveu mobilizar outros médicos para criar uma entidade especializada no tratamento do câncer, mal à época pouco estudado. O fundador não veria os frutos de sua iniciativa, falecendo em 5 de junho daquele mesmo ano, devido a infecção contraída após um corte na mão com um bisturi, durante cirurgia que realizava.
Os atendimentos começaram a ser realizados em 1929, em terreno cedido pela Santa Casa, endereço no qual se encontra até hoje. Além dos tratamentos, há também dedicação a pesquisa e ensino sobre o câncer.

“Em radioterapia, o Instituto é o maior serviço em número de pacientes e em cirurgia oncológica, o segundo maior do estado”, conta João Batista, que transforma em números essa informação. “Passam por aqui 11 mil pessoas. Dessas, 6 mil estão de alta e seguindo o tratamento. Temos mais ou menos 250 cirurgias e 800 internações por mês”, explica João Batista, revelando serem idosos a maioria dos atendidos. “O paciente fica conosco cinco anos, que é o período para ver se o câncer não volta”, conta.

Também muitos foram os reconhecimentos ao longo de seus 102 anos de história:

1) Entidade de utilidade pública (Decreto Federal 1.146, de 13 de outubro de 1936, Decreto Estadual 10.794, de 9 de agosto de 2001, e Decreto Municipal 7.995, de 20/02/1969);

2) Entidade Beneficente de Assistência à Saúde pela Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS);

3) Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON).

É entidade voltada à saúde pública. “Atendemos 100% SUS”, conta João Batista. “Geralmente é a população totalmente vulnerável, porque é das camadas mais humildes e está enfrentando doença que não tem um tratamento simples e debilita”. A crise econômica também gerou aumento de procura por parte de pessoas que chegaram a ter convênio médico.

Devido ao cunho da instituição, os funcionários tendem a trabalhar por muitos anos e por um ideal. “São médicos que não querem status fazem a medicina por amor, exercendo o que aprenderam pela humanidade”, conta João Batista.

Em 102 anos, também cresceu para além de seu endereço no bairro de Santa Cecília. “Conseguimos em Santo Amaro uma estrutura da prefeitura para montar uma unidade de quimioterapia. Como a quimio tem muitos efeitos colaterais, a gente poupa um tempo de transporte”, conta João Batista, acrescentando estar entre os sonhos ter iniciativas similares nas zonas Norte, Leste e Oeste da capital paulista.

Interessados em ajudar contam com a página do Instituto e também com os seguintes contatos:

Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho
Rua Dr. Cesário Motta Júnior, 112, Santa Cecília, São Paulo (SP)
CEP 01221-020
E-mail: doutorarnaldo@doutorarnaldo.org
Tel.: (11) 3367-3844