Após a madrugada inteira de trabalho na Feira de Flores de segunda (6) para terça-feira (7), os permissionários do setor participaram de uma reunião com o diretor-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), coronel Mello Araujo. Em pauta estiveram assuntos que impactam no dia a dia de quem trabalha nas feiras realizadas duas vezes na semana no Entreposto de São Paulo, na Vila Leopoldina.

A proposta da reunião veio, principalmente, após reclamações do público frequentador da Feira de Flores sobre as recentes alterações nas regras de acesso ao local. Desde o início do mês um comunicado do Departamento de Entreposto da Capital (DEPEC) informou alteração na regra de estacionamento em dias de Feira de Flores: a partir de 1º de junho de 2022, quem frequenta o setor de flores e plantas em carros de passeio, mesmo com CNPJ, passou a ter de acessar a CEAGESP exclusivamente pelo Portão 4 ou pelo Portão 2, onde os estacionamentos são pagos.

A mudança impactou, por exemplo, a rotina da empresária Adriana Rosa Nino que, há 25 anos, busca flores e plantas na CEAGESP. A reclamação da maioria, composta principalmente por pequenos empresários e floristas, é em relação aos impactos e aos custos da regra. “Se continuar assim, eu vou ter que parar de trabalhar e vai ser mais um CNPJ que vai acabar. Por isso que eu vim na reunião: para tentar solucionar esse problema e ver uma forma melhor para que eu consiga trabalhar”, disse a empresária logo após a reunião.

Um dos motivos para a recente mudança no acesso ao entreposto por carros de passeio veio da necessidade de tornar o entorno do pavilhão MLP (Mercado Livre do Produtor) mais seguro e organizado. Além da Feira de Flores, há a movimentação das empresas de hortifrúti que funcionam nos pavilhões ao lado do MLP. A mudança visa também garantir maior organização na transição da Feira de Flores para o início da comercialização de hortaliças que funciona no mesmo espaço durante o dia.

Mas de acordo com Carlos Tadashi, que participou da reunião como representante de alguns permissionários da Feira de Flores, a alteração na regra de acesso acaba afastando o público da CEAGESP. “A gente precisa do lojista aqui e, hoje, o atacadista grande já não vem mais”, lamenta.

A representante do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (SINCAESP), Aderlete Maçaira, também participou da reunião.

O empenho da diretoria da CEAGESP é para encontrar uma alternativa que atenda aos permissionários e aos frequentadores da Feira de Flores e, ao mesmo tempo, mantenha o entreposto organizado e seguro para todos. Outras reuniões deverão acontecer em breve. “Vamos tentar ser céleres na solução desse problema”, disse Mello Araujo. A expectativa é que, no máximo em mais uma ou duas reuniões, os problemas sejam solucionados.