17/2/202202:04:53
O Auditório Nelson Loda, no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), foi palco em 15 de fevereiro de uma reunião técnica que teve a presença das integrantes da CEAGESP, da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Papaya (BRAPEX) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Para quem não sabe, o mamão é a segunda fruta mais comercializada na CEAGESP e só perde para a laranja”, conta Gabriel Bitencourt, chefe da Seção do Centro de Qualidade Hortigranjeira (SECQH) e responsável pela condição dos trabalhos. Anualmente, os permissionários movimentam de R$ 500 a 700 milhões só de vendas desse cultivo, fazendo o ETSP ser responsável por 11% de todo o mamão comercializado no Brasil. A divisão de tipos mostra uma preferência pelo grupo Havaí, com 60%, com os outros 40% ficando com os do grupo Formosa.
A reunião abordou questões envolvendo a segurança do produto via rastreabilidade, bem como os critérios de uso de defensivos agrícolas, o que inclusive influi na possibilidade de exportação da fruta. “Há uma pesquisa mostrando que na Europa 60% dos consumidores analisam o rótulo do produto”, lembrou José Roberto Macedo Fortes, diretor executivo da Brapex.
Ponto importante principalmente para os comerciantes, a rastreabilidade foi abordada com especial ênfase. “Sem ela, é impossível atingir o mercado externo”, conta Fernando Penariol, auditor do MAPA de Ribeirão Preto.
Com esse recurso, são prevenidos problemas que podem atingir a ponta final da cadeia do produto. “Se não tiver rastreabilidade, quem vai responder é o detentor do produto. É para ontem a solução desse problema”, lembrou Andréa Moura, superintendente federal da Agricultura em São Paulo. Isso inclui a questão de detecção de moléculas de defensivos agrícolas, não podendo haver produtos de uso proibido e os legalizados tendo de estar em quantidades abaixo dos limites legais, com alguns compradores exigindo índices ainda menores para que comprem a mercadoria.
Questões envolvendo o cultivo do produto também estiveram em debate. “A atualização do registro dos defensivos é importante”, lembrou José Roberto, que luta pela criação do Selo BRAPEX para o mercado interno, adquirindo aí experiência oriunda das exigências nas exportações. O diretor também lembrou da necessidade de controle de pragas como forma de manter a sustentabilidade do negócio. “São Paulo experimentou virose do mamão nos anos 1980 e isso erradicou a produção”, conta.
Outro ponto lembrado foi a necessidade de fazer uma distinção oficializada de produtos com qualidades distintas. “O mercado já está fazendo isso”.
As leis foram lembradas ao longo das discussões. “A rastreabilidade não é o problema. Estamos enfrentando pressões de quem quer ver revogada a Instrução Normativa 02/2018”, conta Fernando.
Entre os assuntos da reunião, estava também fazer a CEAGESP chegar a padrões de ESG, sigla em inglês para preocupações ambientais, sociais e governamentais. Isso será realizado em uma proposta conjunta que envolverá os entrepostos do interior e o ETSP, em um grupo que envolverá também os permissionários que lidam com tal produto.
Entre os resultados da reunião, foi criado um grupo de trabalho para diagnosticar a situação da comercialização da fruta e propor melhores práticas. A CEAGESP já vem lidando com essa fruta, pois participa da criação do referencial fotográfico, que está sendo feito para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Além disso, o papaya irá ser parte de um estudo de rastreabilidade que envolverá também a banana.
Uma nova reunião será realizada virtualmente em 11 de março, com os diagnósticos elaborados pela SECQH sendo mostrados nessa ocasião.
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