17/10/202310:04:15
Na segunda-feira, 16/10, Dia Mundial da Alimentação, uma palestra sobre agricultura urbana realizada por mulheres periféricas deu início ao ciclo de palestras e oficinas que a CEAGESP realizará ao longo da semana no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) e em algumas unidades do interior. Mais que uma simples data comemorativa, o dia tem como objetivo propor uma reflexão sobre a importância dos alimentos e também fazer um apelo para garantir a segurança alimentar e nutricional em todo o mundo, o que envolve uma alimentação saudável, acessível e de qualidade.
A abertura do evento, que aconteceu no Auditório Nelson Loda, coube a José Lourenço Pechtoll, diretor técnico e operacional da companhia. “Esperamos que inspire não só uma alimentação mais saudável como também mais ecológica”, disse.
O primeiro ciclo de palestras coube às representantes do coletivo Mulheres do GAU, sediado no Jardim Nova União (Jardim Pantanal), no distrito paulistano de São Miguel Paulista e cuja sigla do nome evoca o Grupo de Agricultura Urbana. “Nossa ideia era trazer para a Zona Leste a ideia de comida cultivada sem agrotóxicos”, conta Vilma Martins de Oliveira, agricultora e cozinheira da entidade, que utiliza terrenos ociosos na região para cultivar de maneira orgânica tanto hortaliças convencionais quanto as chamadas PANCs (plantas alimentícias não convencionais) e juntar diversos conhecimentos populares sobre diversos aspectos tanto agrícolas como culinários.
“A gente leva para os moradores de lá o que fazer com aquilo que está na geladeira”, conta Vilma. “Vamos supor que tenho uma banana já meio passada. O que posso fazer com ela? Se tiver o saber, dá para fazer um doce e até usar a casca”, exemplifica. O emprego de partes das hortaliças que não costumam ser utilizadas gera por tabela sabores diferentes e que podem ser confundidos com outros mais convencionais. “Um menino veio e perguntou se um doce que fizemos era de coco”, relembra.
Durante a palestra, Vilma também lembrou da luta dos agricultores urbanos. “Costumo dizer que fazemos uma agricultura ‘poética’. Houve um tempo em que nós não tínhamos incentivos”, relembra. Existem desafios para o cultivo de orgânicos em área urbana, como o de achar locais próximos onde se obtenha o adubo natural empregado na modalidade. No caso do Mulheres do GAU, o pátio de compostagem mais próximo está em Ermelino Matarazzo e as despesas para obtenção desse fertilizante orgânico são altas.
Outra luta é a de fazer os produtos chegarem às mesas de gente de todas as classes sociais e fazer mais gente desfrutar os benefícios. “É uma comida de cura. Quando políticas públicas olharem para os agricultores urbanos, vamos ter mais espaço”, completa Vilma.
Os eventos da Semana Mundial da Alimentação prosseguem até 20/10 e podem ser consultados na página especial no portal da CEAGESP.
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