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8/12/202512:03:37

Índice CEAGESP cai -0,79% em novembro


- Descrição do Índice

São Paulo, novembro de 2025 - O índice de preços CEAGESP cai -0,79% ante uma queda de -1,00% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice havia apresentado alta de +3,42% e, com o resultado obtido, encerrou o período apresentando um acumulado de -4,20% no ano e -7,32% em 12 meses.

Neste contexto, o destaque ficou com o setor de Legumes que, pelo terceiro mês consecutivo, apresentou variação significativa (-16,68%) de preço. Um fator preponderante para o alcance desse resultado foi a forte redução de preço dos tomates, que aconteceu tanto nas variedades comuns (Carmem e Caqui) quanto nas especiais (Cereja e Sweet Grape).

Análise Setorial

O setor de FRUTAS subiu +1,32% ante uma queda de -0,49% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +5,26% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -1,99% no ano e de -6,96% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 52% apresentaram alta de preço.

As principais altas ocorreram nos preços de MARACUJÁ DOCE (+69,43%), LIMÃO SICILIANO (+45,56%), GRAVIOLA (+33,48%), PERA DANJOU IMP. ARGENTINA (+22,85%) e MAMÃO (PAPAIA) HAVAÍ (+21,51%). As principais quedas ocorreram nos preços de CARAMBOLA (-24,82%), LIMÃO TAITI (-24,25%), MAÇA GRANNY SMITH IMP. ARGENTINA (-13,10%), UVA VITÓRIA (-8,57%) e MANGA TOMMY ATKINS (-7,21%).

O setor de Frutas no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) encerrou o período com alta de 1,32%. O cenário foi marcado por choques de oferta em produtos sensíveis às condições climáticas recentes. No caso do maracujá doce, as principais regiões produtoras em São Paulo e Minas Gerais sofreram com as chuvas, principalmente no período de florada, o que prejudicou a polinização e a fixação dos frutos. Com isso, o produto apresentou uma redução significativa de -50,3% no volume de oferta e encerrou o período ao preço médio de R$ 24,00/kg.

A alta de preço do limão siciliano marca uma mudança em relação aos meses anteriores, quando o produto atingiu as menores cotações no ano. Isso demonstra um processo de recuperação de preço que vem sendo bastante impulsionado pelos efeitos do estresse hídrico prolongado nas principais regiões produtoras de São Paulo, resultando em frutos de menor calibre e menor produtividade no final da colheita. Desta forma, o produto encerrou o período com uma redução de -35,1% no volume de oferta, com preço médio de R$ 7,41/kg.

Variedade preferida na região Sudeste devido ao tamanho menor (ideal para consumo individual), doçura e textura, o mamão (papaia) Havaí registrou uma redução de -13,2% em seu volume de oferta. As chuvas no Espírito Santo e no Sul da Bahia afetaram o ciclo produtivo da fruta, resultando em menor colheita e maior descarte por problemas fitossanitários. No mercado atacadista, o produto encerrou o período ao preço médio de R$ 4,06/kg.

O setor de LEGUMES caiu -16,68% ante uma queda de -11,57% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado queda de -9,61% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -11,70% no ano e de -7,07% em 12 meses. Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 75% apresentaram queda de preço.

As principais quedas ocorreram nos preços de TOMATE CAQUI (-42,12%), TOMATE CEREJA (-41,45%), TOMATE SWEET GRAPE (-40,95%), TOMATE CARMEM (-36,25%) e PEPINO JAPONÊS (-34,00%). As principais altas ocorreram nos preços de PEPINO COMUM (+21,23%), INHAME (+21,08%), PIMENTÃO AMARELO (+13,83%), PIMENTÃO VERMELHO (+7,97%) e MAXIXE (+6,96%).

O setor de Legumes registrou uma variação de preços expressiva de -16,68%, com a principal força motriz por trás dessa queda sendo a desvalorização acentuada dos tomates. A queda generalizada nos preços dos tomates está atrelada à intensificação da segunda parte da safra de inverno. Apesar das chuvas intensas ocorridas no período em diversas regiões produtoras, a colheita da safra de inverno em regiões-chave e o início da safra de verão garantiram um volume significativo de frutos. As variedades de tomate especial, como o cereja e o Sweet Grape, também acompanharam a trajetória de baixa, ainda que com uma ligeira redução na oferta. Isso indica um efeito-substituição inverso: com o tomate comum em patamares de preço muito acessível, parte da demanda que normalmente opta pelos tipos especiais migra para os comuns, pressionando os preços de toda a cadeia.

O setor de VERDURAS subiu +1,85% ante uma alta de +2,08% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +25,56% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -10,13% no ano e de -11,04% em 12 meses. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 62% apresentaram alta de preço.

As principais altas ocorreram nos preços de COENTRO (+52,95%), RABANETE (+18,87%), REPOLHO VERDE/LISO (+13,70%), NABO (+10,64%) e COUVE MANTEIGA (+9,29%). As principais quedas ocorreram nos preços de SALSA (-15,38%), BRÓCOLOS NINJA (-6,47%), RÚCULA HIDROPÔNICA (-6,17%), COUVE-FLOR (-4,02%) e COGUMELO PARIS (-3,60%).

As chuvas e as temperaturas mais elevadas no período impulsionaram a restrição na oferta de várias raízes (nabo e rabanete) e hortaliças folhosas (coentro, couve e repolho). O excesso de umidade compromete a qualidade dos produtos, causando o apodrecimento das raízes e o aparecimento de doenças nas hortaliças folhosas. Além disso, o encharcamento do solo dificulta a colheita, o que gera atraso na retirada dos produtos do campo.

O coentro, cultura notoriamente vulnerável a variações bruscas de umidade e temperatura, sofreu queda de -16,5% no volume mensal de oferta. No ETSP, a hortaliça folhosa encerrou o período ao preço médio de R$ 5,18/maço. As reduções no volume mensal de oferta de repolho verde/liso (-15,1%) e de couve manteiga (-10,6%) fizeram os itens encerrarem o período cotados a R$ 1,82/cabeça e R$ 1,16/maço, respectivamente.

O setor de DIVERSOS caiu -2,77% ante uma alta de +1,17% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +3,56% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -19,04% no ano e de -26,92% em 12 meses. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 55% apresentaram queda de preço.

As principais quedas ocorreram nos preços de ALHO NACIONAL (-8,73%), COCO SECO (-8,29%), BATATA LAVADA (-4,67%), OVOS VERMELHOS (-4,44%) e OVOS BRANCOS (-3,39%). As principais altas ocorreram nos preços de BATATA ASTERIX (+12,49%), BATATA ESCOVADA (+5,81%), AMENDOIM SEM PELE (+3,00%), OVOS DE CODORNA (+2,17%) e CEBOLA NACIONAL (+1,05%).

A retração de preços observada no setor de Diversos é um reflexo da dinâmica entre a pressão de oferta em produtos como o alho nacional e a demanda enfraquecida por batata e ovos. A entrada da safra brasileira de alho, que geralmente se intensifica no final do ano, aumenta a oferta do produto, levando a um patamar de preço mais competitivo frente aos importados.

A queda de preço da batata lavada ocorreu apesar de uma acentuada retração na oferta. Este cenário é comum em períodos de transição de safra ou de instabilidades climáticas, que dificultam a colheita, mas que ao mesmo tempo podem comprometer a qualidade do produto. De todo modo, a queda de preço desse tubérculo reflete a conjuntura da safra de 2025, marcada por preços baixos. O mercado batateiro tem operado sob um significativo excedente de oferta e produtividade recorde.

Por sua vez, o mercado de ovos apresentou desvalorização no período, atribuída ao menor ritmo de comercialização. A demanda mais fraca, somada a um mercado que já vinha com estoques ajustados, resultou na queda de preço, mesmo com a oferta no ETSP registrando recuos de -6,7% e -13,2% para os ovos vermelhos e brancos, respectivamente.

O setor de PESCADOS subiu +2,27% ante uma alta de +5,70% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +0,03% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de +1,08% no ano e de +4,29% em 12 meses. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 57% apresentaram alta de preço.

As principais altas ocorreram nos preços de CURIMBA (+111,69%), PEROÁ BRANCO (+106,44%), CAVALINHA (+18,34%), BETARA (+11,51%) e SARDINHA LAGES (+10,60%). As principais quedas ocorreram nos preços de BAGRE ÁGUA SALGADA (-22,00%), CAMARÃO CATIVEIRO (-6,11%), PESCADA GOETE (-5,96%), ESPADA (-4,78%) e PESCADA MARIA-MOLE (-4,46%).

Novembro foi um mês marcado por passagens frequentes de frentes frias e ventos fortes nos litorais das regiões Sudeste e Sul do Brasil. Essas condições restringem severamente a operação de barcos de pesca artesanal e de pequeno/médio porte, que são responsáveis pela captura de espécies como curimba, betara e sardinha Lages. O estado do mar (ondas altas) não apenas impede a saída dos barcos como pode dificultar a localização dos cardumes e a operação das redes, reduzindo a produtividade mesmo com a melhora nas condições climáticas. Além disso, fatores sazonais e a escassez de espécies de água doce e costeira nessa época do ano também favoreceram para a alta de preços.

Por outro lado, a demanda excepcionalmente forte para as espécies peroá branco e cavalinha impulsionou os preços no mercado atacadista. O peroá branco, cuja carne é branca e tem sabor suave, tende a apresentar uma melhor condição corporal (gordura) nessa época do ano e acaba sendo mais valorizado por peixarias e restaurantes, fazendo com que muitos estabelecimentos comerciais antecipem a demanda de final de ano e o usem como substituto de outras espécies mais caras. Para a cavalinha, a demanda da indústria de conserva (enlatados) procurou recompor os estoques, absorvendo o excesso de oferta do produto, o que gerou uma pressão sobre os preços de atacado para consumo fresco.


Novembro - 2025

CategoriaÍndice %
Geral-0,79%
Frutas1,32%
Legumes-16,68%
Verduras1,85%
Diversos-2,77%
Pescados2,27%




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