8/10/202510:01:35
São Paulo, setembro de 2025 - O índice de preços CEAGESP registrou alta de +4,06% ante uma alta de +1,15% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice havia apresentado alta de +2,69% e, com o resultado obtido, encerrou o período apresentando um acumulado de -2,46% no ano e +2,30% em 12 meses.
Neste contexto, o destaque ficou com o setor de Diversos, que registrou uma variação de preço de -4,52%, a quarta queda consecutiva de preços. Essas reduções sucessivas de preços neste setor têm um impacto significativo no bolso do consumidor, pois estão envolvidos itens de fundamental importância na cesta básica, pois são de altíssimo volume e consumo quase diário. A queda foi puxada principalmente pelas reduções nos preços das batatas e da cebola.
Análise setorial
O setor de FRUTAS sobe +9,67% ante uma alta de +1,90% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +4,50% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -2,80% no ano e de +3,63% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 73% apresentaram altas de preço.
As principais altas ocorreram nos preços de LIMÃO TAITI (+42,10%), MARACUJÁ AZEDO (+41,13%), ABACATE BREDA (+39,88%), MANGA PALMER (+35,55%) e MAMÃO HAVAÍ (+29,30%). As principais quedas ocorreram nos preços de MORANGO (-31,55%), MELANCIA (-14,86%), AMEIXA IMPORTADA DA ESPANHA (-11,76%), MELÃO AMARELO (-7,01%) e MAÇÃ GRANNY SMITH IMPORTADA DA ARGENTINA (-6,62%).
O setor de Frutas foi o que mais contribuiu para a alta de preços (Inflação IP-CEAGESP) de setembro, com 73% dos produtos apresentando alta, sendo determinantes para este cenário fatores de sazonalidade e restrição no volume de oferta. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o abacate Breda (-70,6%) apresentou uma expressiva variação no volume de oferta, seguido por manga Palmer (-37,6%), mamão Havaí (-11,8%) e limão taiti (-8,0%). O período de entressafra do maracujá azedo (-11,8%) nas principais regiões produtores reduziu a oferta mensal do produto.
Por outro lado, as condições climáticas favoráveis em importantes polos produtores, como Minas Gerais e São Paulo, ampliaram a colheita de morango (+15,4%), o que favoreceu o aumento da disponibilidade mensal do produto no mercado atacadista e, consequentemente, resultou no arrefecimento dos preços.
O setor de LEGUMES cai -11,22% ante uma alta de +6,49% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +1,58% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de +19,85% no ano e de +19,90% em 12 meses. Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 72% apresentaram quedas de preço.
As principais quedas ocorreram nos preços de MAXIXE (-40,81%), VAGEM MACARRÃO (-38,52%), ABOBRINHA BRASILEIRA (-37,17%), TOMATE SWEET GRAPE (-33,95%) e BERINJELA JAPONESA (-28,31%). As principais altas ocorreram nos preços de BATATA-DOCE ROSADA (+38,51%), TOMATE CAQUI (+35,47%), CHUCHU (+30,12%), MANDIOCA (+9,66%) e CARÁ (+6,46%).
Após três meses de alta, o setor de Legumes apresentou recuo significativo de preços, com o principal fator sendo a melhora nas condições de oferta. O clima mais firme e com temperaturas adequadas favoreceu o desenvolvimento das lavouras, resultando em maior volume de oferta no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP). Na comparação mensal, o setor apresentou variação no volume de oferta de +8,7%. Nesse mesmo sentido, maxixe (+70,3%), abobrinha brasileira (+59,9%), berinjela japonesa (+45,9%), tomate Sweet Grape (+23,2%) e vagem macarrão (+21,8%) registraram aumento no volume de oferta.
Vale destacar que a tendência de queda no preço dos tomates já vinha sendo percebida em períodos anteriores, principalmente para as variedades Carmem e Pizzad’oro. A boa disponibilidade desses produtos no mercado atacadista tem contribuído para as reduções de preços. No período, o tomate Carmem fechou cotado a R$ 2,96/kg enquanto o tomate Pizzad’oro fechou a R$ 3,36/kg.
O setor de VERDURAS cai -7,86% ante uma queda de -5,25% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado queda de -8,74% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -13,57% no ano e de +10,26% em 12 meses. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 74% apresentaram quedas de preço.
As principais quedas ocorreram nos preços de COENTRO (-54,81%), ESPINAFRE (-17,27%), COUVE MANTEIGA (-15,99%), ESCAROLA (-15,89%) e ALFACE AMERICANA (-15,28%). As principais altas ocorreram nos preços de SALSA (+66,93%), BRÓCOLOS RAMOSO (+8,88%), ALMEIRÃO (+6,55%), BRÓCOLOS NINJA (+4,08%) e COGUMELO PARIS (+3,68%).
O setor de Verduras continuou apresentando queda nos preços. A oferta de coentro (+17,8%) em setembro foi melhor quando comparado à do mês anterior, tendo essa maior disponibilidade do produto sido beneficiada por temperaturas mais amenas e clima estável. Essa conjuntura climática acelera o ciclo produtivo e, consequentemente, na melhora da oferta.
O mesmo se pode dizer com relação a alface americana (+15,5%), espinafre (+12,3%), couve manteiga (+6,0%) e escarola (+0,8%). Temperaturas amenas, alta luminosidade e, principalmente, a ausência de chuvas fortes e geadas tardias criaram um bom ambiente para o desenvolvimento dessas culturas.
O setor de DIVERSOS cai -4,52% ante uma queda de -6,57% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado queda de -4,16% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -17,70% no ano e de -26,36% em 12 meses. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 55% apresentaram quedas de preço.
As principais quedas ocorreram nos preços de COCO SECO (-18,59%), CEBOLA NACIONAL (-13,48%), BATATA LAVADA (-6,87%), OVOS VERMELHOS (-6,06%) e BATATA ASTERIX (-4,31%). As principais altas ocorreram nos preços de BATATA ESCOVADA (+12,08%), AMENDOIM COM PELE (+3,68%), AMENDOIM SEM PELE (+1,92%), OVOS DE CODORNA (+1,12%) e OVOS BRANCOS (1,10%).
Puxado principalmente pelas reduções de preço das batatas e da cebola, o setor de Diversos registrou queda, com 55% dos itens da cesta apresentando menores preços. As quedas nos preços das batatas e da cebola refletem um cenário de boa oferta nacional, pois a intensificação da colheita da safra de inverno aumentou a disponibilidade dos produtos, pressionando as cotações para baixo no mercado atacadista.
O aumento no volume mensal de oferta da batata lavada (+10,7%) e da batata asterix (+8,3%) favoreceu para a redução de preços desses itens no mercado atacadista. No ETSP, a batata lavada encerrou o período ao preço médio de R$ 1,79/kg, enquanto a batata asterix fechou a R$ 2,12/kg.
Apesar de o volume de oferta manter-se praticamente estável no ETSP, os preços da cebola nacional não conseguiram reagir. Dessa forma, o bulbo encerrou o período ao preço médio de R$ 1,39/kg e, no ano, seu preço apresenta uma variação acumulada de -25,4% e -47,0% nos últimos 12 meses.
O setor de PESCADOS sobe +0,55% ante uma queda de -2,28% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor havia apresentado alta de +2,12% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -6,50% no ano e de -3,20% em 12 meses. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 57% apresentaram altas de preço. As principais altas ocorreram nos preços de SARDINHA LAGES (+125,00%), ANCHOVAS (+25,83%), SARDINHA FRESCA (+24,56%), PESCADA BRANCA (+12,63%) e CURIMBA (+9,36%). As principais quedas ocorreram nos preços de CAVALINHA (-12,18%), NAMORADO (-9,49%), TAMBAQUI (-8,40%), PEROÁ BRANCO (-7,71%) e PINTADO (-7,55%).
O setor de Pescados apresentou leve alta, mas com variações importantes. A disparada no preço da sardinha foi provocada devido à proximidade do período de defeso (paralisação obrigatória da pesca para reprodução da espécie), medida que leva a indústria e os comerciantes a formarem estoques, aumentando drasticamente a demanda e, consequentemente, os preços. No Entreposto Pescados de São Paulo (EPSP), a sardinha fresca encerrou o período ao preço médio de R$ 4,97/kg enquanto a sardinha Lages terminou o mês cotada a R$ 4,50/kg.
O defeso da sardinha tende a alavancar o consumo de outras espécies neste período. Com a alta de preço da sardinha, a demanda por peixes alternativos como a cavalinha aumenta, o que acaba provocando uma pressão sobre os preços. Contudo, a oferta regular do produto e a busca por outras opções mais em conta pelo consumidor ajudam a manter ou até mesmo reduzir o seu preço. No período analisado, a cavalinha encerrou cotada a R$ 4,11/kg.
Setembro - 2025
| Categoria | Índice % |
|---|---|
| Geral | 4,06% |
| Frutas | 9,67% |
| Legumes | -11,22% |
| Verduras | -7,86% |
| Diversos | -4,52% |
| Pescados | 0,55% |
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