5/3/201503:02:46
Legumes e verduras mantem trajetória de preços elevados e influenciam indicador. No ano, a alta acumulada é de 7,20% e, nos últimos 12 meses, 4,19%.
Em fevereiro de 2015, O setor de frutas que seria, potencialmente, o mais afetado em razão das longas distâncias, caiu 1,64% em fevereiro. As principais quedas foram da uva niagara (-24,85), abacate (-20%), limão taiti (-15,7%), goiaba (-12,1%) e maçã nacional gala (-11,4%). AS principais elevações foram do morango (22,5%), banana prata SP (19,15), manga tommy (17,8%) e abacaxi (17,6%).
O setor de legumes registrou alta de 30,10%. As principais elevações ocorreram na vagem (71,8%), ervilha torta (69,7%), tomate (51,4%), chuchu (41,8%), cenoura (41,7%) e abobrinha italiana (24%). Não houve quedas significativas no setor.
O setor de verduras apresentou aumento de 22,29%. As principais elevações foram do coentro (124,8%), couve-flor (41,2%), alface (40,6%), acelga (40%), agrião (29,1%) e espinafre (27,1%). Somente o repolho (-7,1%) registrou recuo no preço.
Como ocorre historicamente, o índice de preços da CEAGESP fechou o primeiro bimestre do ano com forte alta. Do lado da oferta, os problemas climáticos em razão do excesso de chuvas e das altas temperaturas nas regiões produtoras, típicos do período de verão, continuaram a prejudicar a quantidade ofertada e a qualidade das hortaliças. Em relação a demanda, segue aquecida a busca por alimentos leves e saudáveis, exatamente os que mais sofrem os efeitos da situação climática adversa. Assim, os preços de legumes e verduras mantiveram-se em acentuada elevação.
Escassez de água: Mesmo com a elevação do nível dos reservatórios, notadamente Cantareira e Alto Tietê, responsáveis por abastecer importantes regiões produtoras do estado de São Paulo, ainda não se descarta um possível rodízio de água nestas regiões. Importante ressaltar que, no início de fevereiro, o nível dos reservatórios estava em situação muito mais alarmante, a falta d’agua na irrigação era sentida na pele, com avisos de infração e lacração dos sistemas, em alguns casos. Portanto, o risco de um colapso era real, inibindo os investimentos na produção.
Com este cenário mais otimista em março, a propensão do produtor rural em retomar os investimentos tende a mudar positivamente. Essa injeção de ânimo ocasionada pela maior incidência de chuvas e elevação dos reservatórios em fevereiro é fundamental para o restabelecimento da normalidade, principalmente num cenário a médio e longo prazo.
Portanto, melhoraram as perspectivas, mas, a situação ainda é bastante delicada e as chuvas nos próximos meses serão fundamentais para a definição do volume ofertado, qualidade da produção e dos preços nos próximos meses.
Greve dos caminhoneiros e interrupção das estradas – Nos últimos dias, muito se noticiou sobre a possibilidade de desabastecimento na CEAGESP em razão da greve dos caminhoneiros. Houve, de fato, alguns problemas pontuais como a diminuição da oferta de mamão oriunda da Bahia e Espírito Santo e da cebola procedente de Santa Catarina, porém, nada que pusesse em risco o abastecimento e o equilíbrio dos preços praticados, sequer nos produtos citados. Os efeitos sazonais e climáticos foram os principais responsáveis pelas variações de preços.
Aliás, não custa lembrar que mais de 50% da oferta tem como origem o próprio estado de São Paulo que não apresentou nenhuma interrupção significativa no fornecimento de produtos.
Desde a última sexta-feira, dia da semana com maior movimentação na CEAGESP, a entrada de veículos e os volumes comercializados ocorrem dentro dos patamares habituais. Nesta segunda, dia 02 de março, não há relatos de problemas no fornecimento e transporte de qualquer produto. “Assim, soará como especulação qualquer tentativa de reajuste que esteja fundamentada neste motivos” ressalta Flávio Godas, economista da CEAGESP.
Fevereiro - 2015
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