12/12/202212:12:00
O índice de preços CEAGESP encerrou novembro com alta de 5,26% em relação ao mês anterior. Apesar de o período ter sido encerrado percentualmente em alta, o índice de novembro apresentou redução de 0,11% comparado a outubro, quando registrou alta de 5,37%. Em igual período do ano passado, o Índice CEAGESP apresentou uma queda de 0,02%. O indicador registra um acumulado de 19,14% no ano e de 20,91% em 12 meses. O destaque do período ficou com o setor de LEGUMES, sendo este o único a apresentar uma redução média nos preços, no acumulado do ano (2022) o setor está com 3,33%, o menor entre todos os setores, e de 6,66% em 12 meses.
Em um contexto geral, as variações diárias das condições atmosféricas (sol e fortes pancadas de chuvas) no entorno da capital paulista e a ocorrência de chuvas de granizo em determinadas regiões produtoras propiciaram o aparecimento de doenças e perdas na produção, prejudicando a oferta e a qualidade de determinados produtos comercializados no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP).
Setorização
O setor de FRUTAS apresentou uma alta nos preços de 5,68%. Dos 38 itens cotados nesta cesta de produtos, 73,68% apresentaram uma elevação de preços em relação ao mês anterior. As principais altas ocorreram nos preços de ACEROLA (+37,88%), MARACUJÁ AZEDO (+37,60%), MARACUJÁ DOCE (+33,94%), CARAMBOLA (+24,26%) e CAJU (+17,94%). As principais reduções ocorreram nos preços de MANGA TOMMY ATKINS (-15,94%), JACA (-13,97%), AMEIXA ESPANHOLA IMPORTADA (-9,92%), GOIABA BRANCA (-9,11%) e UVA NIÁGARA (-5,14%).
DESTAQUES: A redução da quantidade ofertada de alguns itens desse setor, simultaneamente ao calor nos centros urbanos, culminou em aumento do consumo e pressionou para cima os valores. Dos itens destacados acima, o maracujá azedo, item de importância no setor, sofreu redução de 22,9% na quantidade ofertada impactando nos preços praticados. Por outro lado, a redução dos preços médios da manga Tommy Atkins, outro item importante do setor, deixou o índice em patamares mais baixos.
O setor de LEGUMES apresentou uma redução nos preços de 2,03%. Dos 33 itens cotados nesta cesta de produtos, 51,52% apresentaram reduções de preço em relação ao mês anterior. As principais reduções ocorreram nos preços de VAGEM MACARRÃO (-41,46%), PEPINO CAIPIRA (-35,49%), PIMENTÃO AMARELO (-24,98%), ABOBRINHA BRASILEIRA (-24,08%) e ABOBRINHA ITALIANA (-20,66%). As principais altas ocorreram nos preços de TOMATE CEREJA (+50,48%), CARÁ (+41,87%), PIMENTÃO VERDE (+20,45%), TOMATE PIZZAD’ORO (+20,18%) e INHAME (+19,91%).
DESTAQUES: O aumento no volume de comercialização dos itens listados acima contribuiu para a redução de preço do setor, com destaque para o pepino caipira (67,7%), a vagem macarrão (29,2%) e a abobrinha italiana (21,4%). Contudo, as fortes chuvas de granizo que atingiram principalmente a produção dos tomates e do pimentão verde acabaram limitando a queda de preços do setor.
O setor de VERDURAS apresentou uma alta nos preços de 8,49%. Dos 38 itens cotados nesta cesta de produtos, 76,32% sofreram alta de preços em relação ao mês anterior. As principais altas ocorreram nos preços de REPOLHO LISO (+39,48%), SALSA (+34,76%), BRÓCOLOS RAMOSO (+31,34%), CEBOLINHA (+22,75%) e ALHO-PORÓ (+18,30%). As principais reduções ocorreram nos preços de RABANETE (-16,72%), SALSÃO BRANCO/VERDE (-14,60%), MANJERICÃO (-13,17%), MILHO VERDE (-9,81%) e COUVE-FLOR (-2,36%).
DESTAQUES: Após seis meses seguidos de queda, o setor de VERDURAS apresentou alta de preços no mês de novembro. No acompanhamento mensal das variações de preços dos itens citados acima, salsa e brócolos figuraram entre os produtos de maior volatilidade. Porém, apesar da alta no mês, o preço médio desses produtos manteve-se abaixo da média anual. A salsa encerrou o período custando, em média, R$ 3,96/kg enquanto os brócolos fecharam com o preço médio de R$ 4,87/kg.
O setor de DIVERSOS apresentou uma alta nos preços de 13,69%. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 63,64% tiveram elevação de preços em relação ao mês anterior. As principais altas ocorreram nos preços de CEBOLA NACIONAL (+44,42%), BATATA LAVADA (+24,58%), BATATA ASTERIX (+20,94%), AMENDOIM COM CASCA (+5,75%) e ALHO NACIONAL (+4,00%). As principais reduções ocorreram nos preços de OVOS VERMELHOS (-0,29%) e COCO SECO (-0,12%).
DESTAQUES: A elevação do custo de produção da cebola fez com que os produtores tomassem a decisão de reduzir o tamanho da área plantada. Essa decisão, por si só, já causaria impacto nos preços do produto devido ao menor volume de oferta do mesmo. Entretanto, as chuvas ocorridas no período de replantio dos bulbos trouxeram perdas adicionais à produção, impactando ainda mais no volume de oferta do produto. Mesmo o aporte das cebolas importadas não foi o suficiente para o arrefecimento dos preços médios praticados no mês de novembro, mantendo a curva de variação de preços da cebola nacional estável, porém, em patamares acima da média. Desta forma, a cebola nacional encerrou o período custando, em média, R$ 6,87/kg.
O setor de PESCADOS apresentou uma alta nos preços de 6,36%. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 46,43% apresentaram uma elevação de preços em relação ao mês anterior. As principais altas ocorreram nos preços de ATUM (+22,82%), CAVALINHA (+19,95%), POLVO (+19,35%), PESCADA MARIA-MOLE (+13,39%) e SALMÃO IMPORTADO (+10,65%). As principais reduções ocorreram nos preços de ANCHOVAS (-36,63%), BAGRE ÁGUA SALGADA (-21,07%), LULA CONGELADA (-20,87%), TAINHA (-15,18%) e ROBALO (-8,38%).
DESTAQUES: O mercado de pescados no ETSP é fortemente modulado pela procura de itens ditos “nichados” ou de preparo específico, tais como polvo, atum e salmão, inviabilizando de certa forma a substituição em eventual diminuição da oferta. O período de defeso para pesca de alguns itens da cesta de produtos diminui ainda mais a possibilidade de substituição, o que acarreta elevações nos preços do setor.
As fortes chuvas da última semana de novembro, que atingiram os estados de Santa Catarina, Paraná, Bahia e Espírito Santo, trouxeram perdas aos produtores e danos à infraestrutura de escoamento da produção. A tendência é de os produtos oriundos dessas regiões (especialmente mamão, manga, coco verde, maçã, chuchu, cebola e batata) sofrerem redução na quantidade ofertada, podendo acarretar altas de preços caso a oferta desses itens não se normalize no mês corrente ou ocorram outros eventos climáticos similares, pois em dezembro começam os ciclos das chuvas e isso pode afetar as culturas mais sensíveis.
O aumento do volume de frutas mais associadas ao Natal, como pêssegos, uvas, ameixas, nectarinas e melões fará com que alguns consumidores optem por elas para substituição a outras de praxe, como maçãs, mamões e bananas, diminuindo a pressão sobre essas, que estão com preços acima da média. Com isso, podem ocorrer reduções de preços no setor, para estes itens.
Novembro - 2022
Categoria | Índice % |
---|---|
Geral | 5,26% |
Frutas | 5,68% |
Legumes | -2,03% |
Verduras | 8,49% |
Diversos* | 13,69% |
Pescados | 6,36% |
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