5/4/202204:12:28
O índice de preços da CEAGESP encerrou o mês de março com alta de 4,89%. O destaque para o período ficou com o setor de Verduras, que segurou o índice CEAGESP em patamares mais baixos. Este setor apresentou queda de -11,63% em relação ao mês anterior (fevereiro). Para este setor, dos 38 itens que compõem a cesta, 66% apresentaram variação percentual negativa de preço (recuo). Segundo os agentes do mercado, os preços elevados nos meses de janeiro e fevereiro fizeram com que houvesse uma retração da demanda. Como consequência disso, os valores de comercialização da maioria dos produtos do setor tiveram um arrefecimento de preço.
Por setor:
O setor de FRUTAS apresentou uma variação positiva de 6,14%. As principais altas ocorreram nos preços do melão amarelo (45,04%), do maracujá azedo (43,10%), do mamão Formosa (39,92%), da uva niágara (23,66%) e da manga Palmer (8,10%). As principais reduções ocorreram nos preços do kiwi estrangeiro a granel (-34,34%), na pera estrangeira d’Anjou (-23,63%), no limão taiti (-20,68%), no abacate geada (-15,73%) e na goiaba branca (-12,94%).
SÍNTESE: O setor de FRUTAS ainda continua sentindo os reflexos dos eventos climáticos extremos ocorridos nesse primeiro trimestre do ano, bem como o aumento nos custos de produção (o aumento do preço dos defensivos e dos fertilizantes foi o que mais contribuiu). Para o melão amarelo, por exemplo, houve chuvas intensas nas regiões produtoras, o que acabou interferindo na qualidade e oferta do produto. Na mesma situação, porém em sentido oposto, o maracujá azedo enfrentou uma situação de estiagem prolongada nas principais regiões produtoras do sul do país. Para o mamão Formosa e a manga Palmer, os custos de produção (preços dos insumos e frete, respectivamente) contribuíram para as suas elevações. A uva (em um contexto geral) encontra-se em um período de entressafra, período de maiores preços médios.
O setor de LEGUMES apresentou uma variação positiva de 9,43%. As principais altas ocorreram com o tomate cereja (62,90%), o pimentão amarelo (61,07%), o tomate italiano (50,75%), o pimentão vermelho (44,77%), a abóbora moranga (23,06%) e a cenoura (21,05%). As principais reduções ocorreram nos preços do chuchu (-36,73%), da batata-doce rosada (-18,42%), da abobrinha italiana (-17,03%), da berinjela (-16,04%) e da abobrinha brasileira (-15,05%).
SÍNTESE: A produção de algumas culturas do setor de LEGUMES ainda sofre com os efeitos dos últimos eventos climáticos, em um primeiro momento a geada e a estiagem do último semestre de 2021. Na reposição (replantio), houve aumento do custo de produção. Já com as colheitas de 2022, este setor sofreu novamente com as fortes chuvas que assolaram as regiões produtoras, principalmente aquelas que são mais sensíveis ao excesso pluviométrico. A cenoura é um bom exemplo disso: com o solo encharcado, grande parte da produção desse item acabou sendo perdida e o que foi possível colher acabou chegando ao mercado com a qualidade muito afetada. Por outro lado, embora parte da produção de pimentões ocorra em estufa, este item vem sofrendo com o aumento de preço dos insumos.
O setor de VERDURAS apresentou uma variação negativa de preços de -11,63%. As principais reduções ocorreram nos preços do coentro (-55,85%), do rabanete (-46,50%), da alface americana (-30,06%), da rúcula hidropônica (-29,02%) e da escarola (-26,74%). As principais altas ocorreram com o salsão branco/verde (22,21%), a beterraba com folha (15,75%), o alho-poró (15,44%), o brocólos ninja (13,29%) e o repolho liso (13,15%).
SÍNTESE: Para o mercado, os altos preços praticados entre os meses de janeiro e fevereiro foram o principal motivo para o arrefecimento da demanda por itens do setor de VERDURAS, fazendo com que os preços no mês de março caíssem. Entretanto, assim como os dois outros setores anteriores, o setor em destaque ainda vem sofrendo as consequências das fortes chuvas e do aumento dos custos de produção. Com receio de novos prejuízos devido às chuvas, o produtor tem reduzido o tempo que o produto permanece na lavoura, realizando a colheita quando o cultivo atinge as condições mínimas para a comercialização, acarretando aumento temporário de oferta.
O setor de DIVERSOS apresentou uma variação positiva de preços de 3,13%. As principais altas ocorreram nos preços de ovos brancos (11,69%), ovos vermelhos (10,15%), alho (6,92%), alho estrangeiro argentino (4,56%) e a batata asterix (2,65%). As principais reduções ocorreram nos preços da batata lavada (-12,64%), do amendoim com casca (-1,15%) e do milho de pipoca estrangeiro (-0,04%).
SÍNTESE: As altas dos insumos e dos custos de produção (milho e frete, respectivamente), juntamente com a aproximação do feriado religioso da Semana Santa, têm contribuído para o aumento de preços dos ovos.
O setor de PESCADOS apresentou uma variação positiva de preços de 5,61%. As principais altas ocorreram nos preços da pescada (27,41%), da pescada-goete (25,00%), da sardinha fresca (23,01%), do cascote (16,83%) e do salmão (16,02%). As principais reduções ocorreram nos preços da lula congelada (-9,91%), da betarra (-7,69%), do namorado (-7,27%), do curimbatá (-6,03%) e da abrotéa (-5,77%).
SÍNTESE: Os preços do setor de PESCADOS têm um comportamento muito parecido com o do setor de DIVERSOS para esta época do ano. A aproximação do feriado religioso da Semana Santa tem contribuído para o aumento dos preços, assim como o custo do frete.
O setor de FRUTAS tende a continuar sendo pressionado pelos custos de produção (preço dos fertilizantes e defensivos agrícolas, assim como o valor do frete), porém com uma maior estabilidade na quantidade ofertada e nos preços dos produtos – mantendo-se todo o mais constante (ceteris paribus) –, assim como no setor de LEGUMES. Já para o setor de VERDURAS há o receio na diminuição da quantidade ofertada de alguns itens da cesta de produtos, fazendo com que haja elevação dos preços. No setor de DIVERSOS e PESCADOS, a tendência é de que os preços dos itens componentes da cesta de produtos subam ainda mais devido à aproximação do feriado religioso da Semana Santa.
Março - 2022
Categoria | Índice % |
---|---|
Geral | 4,89% |
Frutas | 6,14% |
Legumes | 9,43% |
Verduras | -11,63% |
Diversos* | 3,31% |
Pescados | 5,61% |
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