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Em 11 de dezembro, que cai no sábado, o entreposto de Presidente Prudente (CEPRE) completa 40 anos de inauguração, que naquele distante 1981 contou com as presenças de Paulo Maluf, governador à época, Guilherme Afif Domingos, secretário de Agricultura, e o prefeito na ocasião, Paulo Constantino. Representando a companhia, estava o diretor presidente Hygino Antônio Baptiston.
Com 80 mil m² de terreno e 7.700 m² construídos, comercializa em média 6 mil toneladas por mês e responde por 1,4% do total da rede CEAGESP, além de registrar trânsito diário de 1.500 pessoas e 500 veículos. Por 26 anos, foram 46 boxes e 124 módulos.
Foi nesse estágio de infraestrutura que Filadelfio Alves Júnior, fiscal, ingressou em 1989. “Entrei na CEAGESP em 27 de outubro de 1987, na capital, e dois anos depois fui transferido para cá”, conta o funcionário mais antigo do CEPRE.
A mudança foi bem-vinda, uma vez que nasceu em Santo Anastácio, distante 36 km de Presidente Prudente. É um dos quatro operacionais do total de seis funcionários diretos da unidade, além de 16 terceirizados, com grande presença de gente das redondezas.
Para Filadelfio, o retorno ao ambiente familiar também trouxe a tiracolo um contraste com as diferenças de funcionamento comparado à matriz paulistana, como as muitas entregas em domicílio, modalidade com a qual permissionários do CEPRE trabalham muito antes de se popularizar com a pandemia. Há inclusive quem ganha a vida adquirindo para terceiros em outros municípios, em sistema parecido ao dos sacoleiros no mercado de roupas. “É gente que percebeu que pode comprar e repassar para o dono do estabelecimento”, conta Filadelfio.
“Alguns permissionários já trabalham com essa forma de venda há mais de 20 anos” conta Thiago Pereira da Silva, gerente há um ano, funcionário da CEAGESP há 14 anos e no CEPRE há dez, tendo antes trabalhado no Graneleiro de Palmital (AGPAL). A exemplo de Filadelfio, o CEPRE foi oportunidade de ficar mais perto. “Por meio de concurso interno, vim trabalhar aqui, em minha cidade natal”, conta.
Como Presidente Prudente localiza-se em ponto do Brasil onde as cidades ficam mais remotas, o entreposto estende sua influência para distâncias na casa de centenas de quilômetros. “Em São Paulo, os compradores vão buscar. Quando cheguei aqui, comecei a perceber que tinha rota para Mato Grosso, Alta Paulista e Paraná”, como conta Filadelfio. Além de entregarem em domicílio, também surgem compradores que vão ao CEPRE vindos de bem longe. “Grande parte dos mercados das cidades sul-matogrossenses, como Dourados, a 400 km, vêm para cá realizar suas compras”, conta Thiago, também mencionando gente vinda de Bataguassu e até Campo Grande.
O clima na unidade é bastante amistoso ao longo das quatro décadas. “A gente se torna uma família. 32 anos não são 32 dias”, conta Filadelfio, que elogia os permissionários. “Há respeito mútuo: eles acatam o regulamento e a gente os ajuda quando tem algum problema”.
O fiscal inclusive se diverte com os tempos em que tentaram emplacar no futebol amador local. “Lembrava muito o time do Íbis: não ganhávamos uma. Perdíamos de 5, 10, 15, mas a amizade era tão boa”, conta aos risos. Também incursionaram no futsal de Santo Anastácio. “Quando a gente falava ‘Ceasa’, nome da equipe, conseguia levar bastante plateia. Já era mais pegado, um time melhorzinho”. Após o apito final, o que importava era a confraternização daqueles atletas.
Filadelfio apelida carinhosamente a empresa: “Mãegesp”. “Tudo o que tenho é graças à CEAGESP, como a formação dos meus filhos. Só tenho o que agradecer”.
Um nome é bastante lembrado: João Henrique de Sá Filho, auxiliar de serviços gerais falecido no ano passado. “Era bem mais velho do que eu e entrou na unidade em 1981. Foi um grande amigo com quem aprendi muito a trabalhar na CEAGESP”, conta Filadelfio. “Era um patrimônio da unidade e inclusive trabalhou na construção dela, ou seja, sabia com exatidão onde estava cada cano e fiação”, conta Thiago.
Em 2007, viriam mais 36 módulos, reunidos no pavilhão MLC (Mercado de Livre Comercialização), que abrigaram comerciantes da Feira de Flores, funcionando desde 2000. Hoje em dia, 93 permissionários operam no CEPRE.
Outro destaque é o Banco CEAGESP de Alimentos local, que em média doa 12 toneladas mensais. “Ele passou a funcionar de forma mais eficiente, aumentando o número de entidades e pessoas assistidas, além de melhorar qualidade e variedade de alimentos arrecadados”, conta Thiago. São auxiliadas 23 entidades assistidas e também pessoas físicas, com aproximadamente 1.500 assistidos.
Em sua gestão, Thiago relata investimentos em segurança, com aquisição de cancelas eletrônicas, além de a infraestrutura ter se aprimorado com a reforma dos banheiros e a pintura das edificações. “A logística de circulação de veículos e pedestres foi aprimorada e tudo isso com apoio dos permissionários”.
De planos futuros, há o de um Varejão Noturno. “Estamos estudando junto ao Departamento do Interior (DEINT)”, conta Thiago. O cunho é chamar o consumidor comum, que por vezes fica mais afastado da CEPRE. Aproveitando também a distância que aumenta entre as cidades, está em andamento um processo licitatório para a construção de um posto de combustível. “É uma área de 3 mil m² muito nobre, à margem da rodovia Raposo Tavares”, descreve o gerente.
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