27/12/202112:03:05
Amanhã o entreposto de São José dos Campos (CESJC) completa 39 anos de história. Sua localização é estratégica, em plena Via Dutra. “Foi responsável pelo abastecimento do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira por anos”, conta Henrique Leonel Ribeiro, atual gerente da unidade.
Está localizada em um terreno de 120 mil m², com 9 mil m² de área construída. “Representa 2,5% do volume total da CEAGESP, comercializando cerca de 9 mil toneladas mensais”, conta Henrique.
Para Danilson Gomes, o impacto foi grande quando, aos nove anos de idade, conheceu o novo lugar de trabalho de seu pai, em um box que vende hortaliças desde 1988. “No começo fiquei espantado, pois meu pai vendia em outro entreposto, só que aqui em minha região”, conta o hoje permissionário, que é de Biritiba Mirim. “Fiquei meio assustado, pois era tudo bem diferente do que era o entreposto em Mogi das Cruzes”. Com o tempo o hoje comerciante, hoje com 42 anos e ajudando o pai desde os 18, acabou se acostumando com o ritmo mais intenso. “Meu pai hoje tem 73 anos e vai sempre comigo. Em 33 anos, ele deixou de ir umas duas vezes no máximo. Está comigo até hoje”.
40 anos atrás, data do projeto original, não havia a ideia de que carretas seriam responsáveis pelo volume de carga atual. “Tudo era transportado em caminhonetes ou Kombis e dificilmente alguém tinha caminhão”. Com isso, uma das situações enfrentadas está nas plataformas lotadas de hoje em dia, em tempos nos quais muitas cargas vêm em caminhões inteiriços maiores ou carretas. “Aumentou muito o fluxo. Antes era mais caminhão menor. O meu é ¾ (também conhecido por VUC) e às vezes passo apuro com os grandões”.
Devido à proximidade geográfica, há também uma significativa presença de mineiros na unidade. “A gente brinca que se você subir em uma cadeira e gritar ‘fala, Mineiro!’, 90% do pessoal vai olhar para você”, diverte-se Danilson. Isso se deve à proximidade da cidade com a Serra da Mantiqueira e os centros produtores de algumas hortaliças, como legumes.
Uma curiosidade do entreposto tem a ver com Aparecida, quando é armado em sua frente um dos Pontos de Apoio ao Peregrino, história que também tem a ver com o restaurante Bem-te-vi, ao lado do entreposto. “Sempre quando tinha as romarias, o Fernando (dono do restaurante) oferecia algumas cadeiras para descansarem. As pessoas paravam aqui na unidade para conseguir algumas frutas para irem comendo no caminho”, conta Danilson. Com o tempo, o que era informal foi oficializado, com o espaço em frente ao entreposto sendo cedido para a montagem da infraestrutura, que oferece lanches, almoço, água, massagem e área para descanso aos romeiros em suas longas viagens a pé. “Aqui é reta final para muitos, mas alguns ainda param um dia no meio do caminho. Para quem está em forma e saiu cedo de São José dos Campos, chega de noite a Aparecida. São cerca de 75 km”, conta Henrique sobre o fenômeno religioso.
Entre os desafios atuais da unidade, está a mudança do perfil do consumidor, que por vezes não mais põe o pé no CESJC. “Hoje os permissionários de boxes absorvem de 70 a 80% da mercadoria que o pequeno permissionário traz e depois realizam a distribuição. A modalidade de levar até o cliente garante conforto ao comprador e faturamento ao permissionário”, conta Henrique. “Antes vinham muitos donos de restaurante e sacolão do litoral norte. Hoje não sobem mais, pois tem quem entregue lá”, conta Danilson.
Um dos pontos fortes desse entreposto está na união dos permissionários, que facilitou muitas implementações. “A parte de segurança e infraestrutura foi graças à união do pessoal. A administração também ajudou: puseram câmera de segurança e fizeram muro!, conta Danilson, mencionando também que a gerência teve papel importante nisso e no monitoramento da portaria. “Do ponto de vista técnico, a unidade melhorou, pois a atual diretoria entendeu e se movimentou para que pudéssemos fazer melhorias e investimentos. Isso agrada os permissionários”, conta Henrique.
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