Inaugurado em 3 de março de 1979 pelo à época governador paulista Paulo Egydio Martins, o entreposto de São José do Rio Preto (CESJR) foi o primeiro de uma ideia que popularmente viria a ser chamada de “mini-Ceasa” e marcou o primeiro passo da CEAGESP na entrepostagem fora da capital paulista. A ideia por trás dessas inaugurações era a descentralização e a adaptação dessas unidades menores à realidade de suas cidades e regiões imediatas. Rio Preto acabou sendo escolhida por ser sede de uma Divisão Regional Agrícola, bem como os 450 km de distância de São Paulo justificarem a ida da companhia.

Com as obras tendo sido iniciadas em 29 de abril de 1978, em tese a unidade deveria ter começado seu funcionamento naquele ano, mas uma questão importante foi a falta de equipamentos necessários para seu funcionamento. Ainda no início de 1979, a questão envolvia como planejar o funcionamento das instalações.

A ideia em si teve um impacto importante e à época os jornais noticiavam os primeiros lotes de produtos, que chegaram em 1º de julho daquele ano, com os produtores rurais Benedito Toth e Lourenço Policichio sendo os primeiros a descarregar seus produtos, cultivados em Guapiara. Apesar da inauguração, o funcionamento oficial da unidade só se deu mesmo em 2 de julho, ainda experimentalmente e só passando a funcionar de forma oficial em 25 de agosto, após uma comercialização de 2,4 mil toneladas, o que à época foi considerado bom volume.

Enquanto a ideia era assimilada, pessoas iam fazendo sua vida nas dependências do CESJR. “Entrei trabalhando como motorista de uma empresa lá”, conta Donizete Felizardo, hoje permissionário na unidade e trabalhando no entreposto desde 1980. “Comecei bem devagarzinho e na época não tinha nada”.

“A parte física do entreposto era bem pequena e tinha muitos módulos vazios. Não tinha a parte do produtor e tinha poucas empresas”, relembra Donizete sobre aqueles primeiros dois pavilhões em uma área de 9.500 m² construídos. O permissionário hoje em dia aluga 16 módulos no CESJR e, com seus 22 caminhões, consegue diversas linhas de distribuição, em um total de 400 clientes.

A situação também mudou para o CESJR até o tempo atual, em que a unidade responde por 2,3% do total da rede, em uma média mensal de 11.288,35 toneladas mensais e anual de 139.700.

Em seus 161.027 m² de terreno e hoje com 19.542,50 m² construídos, distribuem-se 64 boxes, 341 módulos, 55 áreas, 10 extensões e seis salas para locação. Além dos pavilhões originais, a unidade conta atualmente com mais seis pavilhões de comercialização normal, além do Pavilhão Flores e seus anexos. As principais comercializações são de tomate, batata, cebola, hortaliças em geral, maçã, banana e uvas, além de o entreposto sedirar eventos que se tornaram tradicionais, como os de Dia das Mães, Festival de Primavera e o Evento de Natal, que acabam atraindo grandes públicos.

“Vim para a unidade de São José do Rio Preto em 2018 e, no final de 2020, fui promovido a gerente”, conta Carmo Martim Macedo, que por oito anos foi fiscal no Entreposto Terminal São Paulo. Para ele, foi um desafio importante, ainda mais tendo assumido o cargo em plena pandemia. “Havia muita preocupação com todos e com minha família também, pois tinha receio de levar o vírus para casa”, relembra. Entre os problemas, dois lockdowns. “Foi uma verdadeira guerra, pois tudo que acontecia queriam culpar o novo gerente”, relembra. Ultrapassados os obstáculos, Carmo pensa agora nos planos futuros, tendo um projeto voltado a pessoas em vulnerabilidade social como ideia principal.

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